O que há de comum entre esta data, o 7 de Setembro, e os territórios do Brasil e de Moçambique?
Pois bem, há mais de cinco séculos atrás, portanto já no milênio passado, viviam-se então os longínquos anos de 1500, e ambos os territórios, entre tantos outros distribuídos por vários Continentes, pertenciam à Coroa Portuguesa. Tempos volveram e os filhos desse Império, então denominados Colônias, um a um, foram-se emancipando.
O primeiro a atingir tal desiderato, foi a Colônia do Brasil. Fê-lo pela mão de um Monarca português que através do seu gesto, o celebérrimo “Grito do Ipiranga”, um grito de revolta e de liberdade dado em 7 de Setembro de 1822 que reclamou a Independência para as Terras de Vera Cruz.
D. Pedro, de seu nome, IV de Portugal e I do Brasil foi quem escreveu esta indelével página da História Universal fazendo com que a Nação Brasileira comemorasse a sua Independência nesta data.
Por outro lado, no vizinho Continente do Hemisfério Sul, o Africano, mais um dos filhos do Império, neste caso a Colônia de Moçambique, preparava-se, século e meio depois, para seguir as pisadas do seu Irmão Americano tornando-se também ela,independente.
Depois de vários anos de intenções declaradas e de irredutibilidade política, a revolução surge como um grito de revolta e de liberdade, tal como o Grito do Ipiranga surgiu, e precisamente na mesma data em que esse brado foi ouvido em Terras de Vera Cruz.
Decorria então o ano de 1974 e esse 7 de Setembro acabou por se tornar no ultimo rugir do multirracial Povo Moçambicano que pretendia uma Independência Democrática e uma liberdade sem cor nem credo. Contudo a conjuntura internacional de então, era totalmente diferente da dos anos do século XIX e os interesses políticos que se digladiavam, não se resumiam às simples questiúnculas de um inócuo divórcio, muito antes pelo contrário, baseados que estavam numa pretensa política de Descolonização que não respeitou a vontade de um Povo, originaram extremismos, traições e guerras.
Depois do desaire consumado e da obrigatoriedade de abandonar sonhos construídos, muitos foram aqueles que rumaram para o Brasil e houve quem tivesse a capacidade, ou como diria Luís de Camões “o engenho e arte” de inscrever o seu nome no Livro de Honra das maiores Entidades desse grandioso País.
O 7 de Setembro de Moçambique ficou gravado no coração das gentes que amava aquela Terra, o do Brasil segue perpetuando um Grito conseguido de Liberdade.
Viva o 7 de Setembro.
António Pires de Carvalho
Homenageado pela Start Tv Company